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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Como reconhecer os sinais e sintomas de excesso de treinamento

Em termos genéricos, a síndrome do excesso de treinamento (overtraining syndrome) pode ser descrita como a resposta do corpo humano para a incapacidade física ou mental para se recuperar do treinamento. Uma recuperação correta é a base para todos os aumento…s nas performances físicas. Para o atleta, o excesso de treinamento se manifesta como uma espiral descendente de preparação física, desempenho atlético ou motivação. Nos casos mais graves, o atleta pode sofrer lesões agudas ou crônicas e podem ter que deixar o esporte por completo devido a essas lesões, frustração ou uma grave falta de motivação.
Para os incautos treinadores ou atleta, os primeiros sinais de excesso de treinamento podem ser mascarados até que uma real queda de desempenho seja notada. A primeira reação a uma queda no desempenho é aumentar a intensidade e a duração do treino. Quando a síndrome de excesso de treinamento é detectada, o aumento do treino terá o efeito oposto em re-estabelecer previamente os níveis de desempenho. O corpo humano é uma espantosa peça de maquinaria. Uma das suas muitas propriedades únicas é um conjunto de disjuntores e mecanismos de resposta que dão uma justa advertência de que as coisas simplesmente não estão bem. Como uma espécie de sistema de alerta precoce para proteger os atletas de si mesmos. Segue lista de sinais e sintomas para procurar e como você pode reverter a queda de desempenho.
Sintomas de Desempenho
Um marco são ocorrências passadas ou atuais de níveis de desempenho que podem diminuir ou nivelar. Um olhar mais atento às características individuais de desempenho pode revelar algumas pistas, mas esses são sintomas de problemas subjacentes que podem ser fisiológicos, psicológicos ou biológicos.
1. Desempenho ano após ano mostram incidentes de alta até o meio da temporada e terminando antes da época pós-competição.
2. Ganhos de força podem ficar os mesmos e até mesmo cair.
3. Diminuição de habilidades biomecânicas e motoras, incluindo equilíbrio, técnica, agilidade e movimento coordenado.
4. O desempenho é limitado devido a dor crônica ou aguda durante a competição.
5. Tempos de desempenho mais lento ou níveis mais baixos de intensidade e de duração mais curta durante a competição.
6. O treino é marcado por incidentes de baixa intensidade e lesões recorrentes.
7. O pico de desempenho só pode ser visto depois de longos períodos de descanso e recuperação.
8. Incidentes de total exaustão e períodos mais longos de recuperação depois de competições.
Sintomas fisiológicos
Existem sinais de que o organismo está reagindo ao excesso de treinamento. Aqui estão alguns exemplos.
1. Perda de peso. Mais comum em atletas e praticantes de esportes como luta livre e boxe onde a má nutrição é parte da cultura do esporte. Perda de peso involuntária pode significar uma redução da massa muscular, que nunca é uma coisa boa.
2. O aumento ou a diminuição da freqüência cardíaca descansando. É mais comum para os atletas com excesso de treinamento mostrar um aumento na freqüência cardíaca em repouso, mas atletas em excesso de treinamento podem ter freqüência cardíaca de repouso que são mais lentas que o normal. A melhor época para testar a sua freqüência cardíaca de repouso é imediatamente depois de acordar pela manhã.
3. Diminuição de limiares aeróbicos, anaeróbicos e lactado. Você pode perceber isto de cima para baixo, com limiares lactados mais baixos e menores durações de intensidade. Mas o seu nível basal de aptidão aeróbica pode ser a causa, uma vez que essa é a base do corpo do GPP (Preparação Física Geral). Excesso de treinamento do caminho de energia aeróbica pode causar menor limiar lactado e anaeróbico.
4. Fadiga e fraqueza muscular. Limiares de lactado trazem fadiga muscular mais rápido, enquanto que a fraqueza muscular pode ser resultado da retração da massa muscular.
5. Dor ou inflamação aguda ou crônica nos ligamentos ou articulações. Micro rompimentos no tecido muscular e inflamação são inevitáveis nas atividades diárias, bem como treinamento e competição. Sintomas de dor e inchaço não são sempre presentes, mas podem silenciosamente diminuir níveis de resistência e desempenho.
6. Diminuição da resposta do sistema imunológico. Já foi documentado que longos períodos de treino intenso abaixam a resposta do sistema imunológico. Treinamento intenso aumenta os níveis de hormônio do estresse, cortisol, que é conhecido por sufocar o sistema imunológico.
7. Perda de massa muscular. O músculo exige períodos coordenados de descanso para se auto-reparar e uma alimentação correta para aumentar a formação dos tecidos. Tire a alimentação correta, ou o descanso e você acabará canibalizando o músculo.
Sintomas psicológicos
Incidentes de depressão aguda ou crônica e falta de motivação mostram-se em uma ampla gama de sintomas que podem incluir uma ou mais das seguintes características.
1. Aumento da frustração em relação ao desempenho e perda de confiança.
2. Aumento da irritabilidade.
3. Baixa auto-estima.
4. Pensamentos de desistir.
Sintomas biológicos
O corpo humano é carregado com respostas químicas e biológicas. Aqui estão algumas das reações químicas que ocorrem quando excesso de treinamento acontece.
1. Diminuição da ATP, devido à falta de armazenamento de glicogênio nos músculos.
2. Aumento na produção do hormônio do estresse, cortisol.
3. Aumento no número de glóbulos brancos (evidência de infecção ou diminuição do sistema imunológico).
4. Desidratação afeta a viscosidade sangüínea, o correto funcionamento órgão, a distribuição de nutrientes e de vários outros problemas. A diminuição dos níveis de suor mascaram o desvio de fluidos para esfriar e proteger órgãos vitais.
Lutando de volta – os três R’s de recuperação. Os próximos 3 passos são alguns exemplos de possíveis métodos de recuperação.
Método estático de recuperação. O método mais comum e mais fácil de implementar. Ele tem três partes.
1. Repousar. E eu digo total repouso. Não só é necessário repouso para a recuperação nos ciclos de treino mais curtos (3 a 7 dias), mas períodos mais longos de descanso são necessários dependendo do esporte, d intensidade do treino e nível de competição. Seu corpo precisa de tempo para curar o dano feito durante o treinamento físico (micro rupturas e inflamação muscular), diminuição da resposta do sistema imunológico e pressões emocionais da competição.
2. Reabastecer. A proteína é o alicerce necessário para o crescimento e manutenção muscular. Carboidratos são a única forma de substituir os estoques de glicogênio. Só descansar não vai substituir o glicogênio. As estratégias de nutrição adequada variam de esporte para esporte e estão facilmente disponíveis em muitos sites, como o reputado USDA. Encontre o regime de nutrição certo para você e siga-o à risca.
3. Re-hidratar. Mesmo antes da primeira manifestação de sede aparecer, você já está desidratado. O nível de desidratação de apenas 2% pode diminuir o desempenho em 10% ou mais. A desidratação pode afetar a transferência de nutrientes e oxigênio para as células, a função de órgãos vitais e a regulação da temperatura corporal. Você não pode se recuperar plenamente de um treino intenso, sem a água apropriada nas células. A água serve para uma desidratação leve, mas uma bebida esportiva contendo sal e carboidratos é necessária quando um treino intenso apela para reposição eletrolítica.
Afunilar. Um treino afunilado é um mecanismo usado antes da recuperação pós-temporada ou competições chave para ajudar os atletas a descansar e reduzir a inflamação, dor e aumentar os estoques de glicogênio muscular. Ele pode até mesmo ajudar a levantar limiares lactados, permitindo que o corpo construa as suas células de queima de combustível conhecidas como mitocôndrias. Uma forma de treino afunilado utiliza uma redução sistemática na duração da formação ou de intensidade (entre 20 e 50% do máximo) ou ambos. Ainda uma outra forma usa intensidade muito alta com duração menor
Periodização. Primeiramente utilizado na Grécia antiga e aperfeiçoada na antiga União Soviética, a periodização de treino é destinada a estimular os ganhos de desempenho continuamente variando rotinas, intensidade e duração. Muitos protocolos de treinos de periodização começam de baixo para cima com um ciclo aeróbico; seguido por aumentos em intensidade e duração do treino e terminando com o esporte de formação técnica específica. Os russos e países do Leste, no entanto, fizeram uma pesquisa mais detalhada e tiveram um maior sucesso utilizando um sistema de periodização que começou com um treino do esporte específico e fase técnica seguida por uma fase de treino aeróbico e anaeróbico de fitness e força.
http://www.treinamentoesportivo.com/
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ARTIGO PUBLICADO ORIGINALMENTE NO BLOG BIOQUÍMICA DO EXERCÍCIO
*agradecimentos ao Dr. Marcio Cunha
DR. MARCIO CUNHA, FISIOTERAPEUTA, MEMBRO DA (ABTM) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TERAPIA MANUAL, MASTERY CERTIFICATION IN MANUAL THERAPY PELA HANDS ON SEMINARS NEW YORK, FORMAÇÃO EM QUIROPRAXIA CLÍNICA PHYSION-ABRAFIQ. ATUALMENTE SE DEDICA A FORMAÇÃO DE ESPECIALISTA EM BIOMECÂNICA DA ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

TREINAMENTO FUNCIONAL NO FUTEBOL



Por Sandro Sargentim
Com o passar dos anos a ciência aliada ao treinamento desportivo vem buscando aperfeiçoar mecanismos de aplicação de treinamentos que busquem a excelência em rendimento através de métodos específicos de cada modalidade. Os esportes individuais no decorrer dos anos alcançaram resultados mais diretos na busca pela especificidade da manipulação das cargas de treinamento comparado aos esportes coletivos.
O futebol, dos esportes coletivos, sempre foi a modalidade que mais impõe barreiras para a implantação de técnicas novas de treinamento que visam não somente alto rendimento individual e coletivo, mas geram umaadaptação ao organismo do atleta, proporcionando uma maior equilíbriomuscular e com isso um menor risco de lesões muscular e articular.
O treinamento funcional tem como foco dentro do futebol dois objetivosclaros e interdependentes:
1- Melhora do movimento específico do futebolista durante as fases mais intensas e decisivas do jogo;
2- Um maior equilíbrio das cadeias musculares, minimizando com isso as chances de dores e lesões inerentes ao futebolista.
As vertentes que compõe o treinamento funcional dentro do futebol são:
Treinamento de Força, core e Propriocepção.
A força é aplicada com o principal objetivo de melhora da respostamuscular aos movimentos mais intensos e específicos do jogo. O treinamento de força tem como função primária melhorar a ação motora do futebolistadentro dos treinamentos e jogos.
O futebol é um esporte misto e intermitente, onde o atleta realiza diversas ações musculares intensas e curtas com longaspausas para as novas ações. As ações motoras na fase ativa da partida, namaior parte das vezes, são realizadas através de movimentos rápidos eintensos com ação específica dos grandes grupos musculares.
A manipulação dos exercícios de força pretende dentro do futebol, criar uma adaptação ao atleta, para poder realizar os movimentos com maisintensidade e segurança, prorrogando ou diminuindo a chance de fadigamuscular. As manifestações de força do futebolista são força máxima, forçaexplosiva e resistência de força explosiva. Para o futebolista poder desempenhar o seu melhor desempenho através do treinamento de força, o fortalecimento das suas articulações e bem como seu centro de equilíbrio e controle deve ser treinado e aprimorado através do treinamento do core e da propriocepção.
A região do core pode ser entendida com a conexão entre os membrossuperiores e inferiores, se tornado a base do movimento de cada indivíduo,pode ser entendido como o produto de um controle motor e da capacidademuscular do complexo quadril-lombar-pelve. Os movimentos realizados pelos membros são iniciados e posteriormente equilibrados pela região do core. Com o core bem equilibrado e fortalecido, o futebolista conseguirá realizar as ações musculares com maior segurança, gerando mais força com menos gasto de energia e conseqüentemente uma menor possibilidade de fadiga.
Contudo por mais força que o atleta conseguir realizar pelos membros epor mais fortalecido e equilibrado estiver a região do core, de pouco adianta se as articulações específicas não forem treinadas e fortalecidas da forma pontual e correta. A propriocepção tem como principal característica o fortalecimento das articulações correspondentes ao futebolista (tornozelo, quadril e joelho).
A propriocepção não age isoladamente na articulação, ela fortalecetambém a musculatura que compõe cada articulação. O fortalecimento articularatravés da propriocepção acontece através da estimulação dos receptores(especialmente os mecanorreceptores), da estimulação ao fuso muscular e ao órgão tendinoso de Golgi.
O treinamento funcional dentro do futebol é realizado dentro dessas trêsvertentes (força, core e propriocepção). A principal diretriz para a aplicaçãotreinamento funcional dentro do futebol é conseguir aplicar cada uma dasvertentes de forma específica, simulando os exercícios com gestos iguais ouparecidos com os realizados pelos futebolistas dentro dos treinos e jogos.
Os exercícios para serem específicos devem ser realizados pelosgrupamentos musculares específicos dos futebolistas, com a alta intensidade, com a velocidade de movimento parecida com a de jogo, e com a freqüência de movimentos próxima a da realidade encontrada em uma partida de futebol. É possível o treinamento de forma integrada, com as três vertentes do treinamento funcional estimuladas ao mesmo tempo, ou isolando cada uma das vertentes em cada sessão de treino, essa divisão é pedagógica e pode evoluir de acordo com aceitação e evolução dos atletas.
O treinamento funcional dentro do futebol não prioriza a prevenção delesões em detrimento ao alto rendimento, ele contribui para os dois objetivos agirem em conjunto proporcionando ao futebolista moderno um maior fortalecimento e equilíbrio muscular, potencializando o rendimento de forma complexa e específica.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Estabilize a Coluna!

Grande parte dos problemas na coluna são causados por desequilíbrios músculo-articulares que acabam afetando a função dos músculos, o que em muitos casos, gera dor e impossibilita a realização das atividades de vida diária, as AVDS.

Em muitos casos, o que desencadeia o problema pode ser a permanência em uma postura inadequada durante o sono, ou até mesmo sentado, além de algumas tarefas como por exemplo, o trabalho. Acessórios como bolsas e mochilas muito pesados, ou carregados de forma inadequada, podem contribuir para prejudicar a postura, comprometendo a função dos músculos e componetes articulares, o que prejudica o movimento.

O fato é que algumas atitudes simples podem evitar algumas lesões nas estruturas que sustentam e movimentam o corpo. A estabilização muscular é uma das chaves para a proteção de lesões articulares, principalmente na região da coluna. Não há dúvida que para realizar movimentos efetivos e seguros do ponto de vista biomecânico, o equilíbrio no desenvolvimento entre mobilidade e estabilidade articular é fundamental. A região do central do corpo deve ser priorizada em qualquer programa de reabilitação e treinamento. O planejamento do treinamento deve focar no fortalecimento dessa região, potencializando a sua estabilidade. Com maior estabilização do centro do corpo, as possibilidades de gerar movimentos com maior amplitude e eficácia, é maior, além da prevenção nas articulções que compõe a região.

O estímulo deve ser de dentro para fora e não o oposto. Antes de iniciar qualquer movimento, o indivíduo deve acionar o centro de força, o que gera a estabilização necessária para que os movimentos sejam realizados de forma segura e com maior amplitude. Portanto, os exercícios devem focar primeiramente o centro, atingindo as camadas mais internas dos músculos, para a partir dessa estabilização gerar movimento.

O treinamento funcional é uma alternativa eficaz para a prevenção de problemas articulares, principalmente na coluna. Na foto, a atleta utiliza o treino em suspensão, acessório que exige estabilização durante o exercício. O ideal é tornar a estabilização do centro de força ou CORE, um hábito, então ao andar e sentar, por exemplo, acione a musculatura estabilizadora. De "brinde", você ganhará uma aparência muito melhor, elevando a auto estima e o melhor, prevenindo lesões.

FROM THE CORE

Fabiano Piassarollo
"Core Life Performance"
fabianopiassarollo@terra.com.br

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A ESPECIFICIDADE NA APLICAÇÃO DO TREINO PARA FUTEBOLISTAS


Por
Sandro Sargentim
Nas ultimas décadas muito se discute e estuda-se sobre como avaliar, treinar e qualificar os treinos dos futebolistas. As análises são todas válidas, pois através das mesmas, podemos saber com precisão como que o atleta de futebol se desloca, e de que forma, com qual intensidade essa ação motora ocorre. Contudo, um detalhe é geralmente esquecido nas linhas de pesquisas e especialmente na sua aplicação prática: a especificidade dos treinos para atletas de futebol. É comum observarmos clubes estruturados, com diversos profissionais de alto nível compondo os departamentos médico, fisiológico e nutricional, aplicando treinamentos retrógrados e defasados com métodos não específicos para o movimento do futebolista em campo, tais como corrida longa contínua ou intervalada, treinos em caixas de areia ou na praia, e exercícios de musculação com aparelhos, em especial em cadeia cinética aberta. De nada adianta a análise precisa do volume e intensidade do deslocamento do futebolista em um jogo, onde em detalhes é compreendido que apesar do atleta de futebol se deslocar mais que 9 km em um jogo, a fase ativa da partida, onde de fato o atleta atua e decide o jogo de futebol, é disputado em uma metragem inferior a 1,5 km, em alta intensidade. O futebolista permanece andando, caminhando, ou trotando sob leve intensidade cerca de 80 a 85% do jogo. Nessa fase, a fase passiva, é o momento em que os futebolistas atuam sim no jogo de futebol, mas não decidem ofensiva e defensivamente o jogo. Nessa fase os atletas se recuperam dos estímulos fortes, intensos, dinâmicos e especialmente ultracurtos que compões a fase ativa de futebol.
Os gestos específicos do futebolista são intensos e curtos não ultrapassando 4 segundos de execução. Para cada ação motora de alta ou altíssima intensidade, o atleta de futebol recupera em uma partida em média 90 segundos. Portanto em cima desse panorama, como é possível pensarmos que times de futebol ainda se preocupam em correr em linha reta de forma cíclica contínua ou intervalada, se o jogo de futebol é caracterizado por acelerações curtas, desacelerações e gestos específicos com alta intensidade e curtas durações, com um período longo de recuperação?
O futebolista acelera em distâncias máximas de 20 metros em um jogo de futebol, contudo a maior parte dos gestos realizados em aceleração não ultrapassa 10 metros em linha reta. As ações em velocidade na maior parte das vezes acontecem de forma acíclica, com mudança de direção, se caracterizando por desacelerações e novas acelerações na mesma ação. Com esses dados em mãos podemos pontuar que os gestos específicos dos futebolistas em campo são caracterizados por uma reação rápida e curta com a mudança de direção, novamente potencializando a necessidade da reação rápida dos componentes neuromusculares dos futebolistas. Esses gestos rápidos de aceleração e desaceleração são produtos da otimização das derivações da força explosiva, conhecido como um fenômeno natural definido como ciclo alongamento-encurtamento, que tem como regra básica a troca instantânea e precisa da contração excêntrica para concêntrica, também chamada como pliometria.
Essa resposta transitória intensa, rápida e precisa, é caracterizada como a principal característica para a velocidade de reação e das respostas rápidas, essenciais para futebolistas. Os treinos realizados em piso pouco denso, como a areia, agem negativamente dentro dos componentes neuro-musculares, aumentando a contração excêntrica e diminuindo a fase de transição entre os dois tipos de contração muscular excêntrico para o concêntrico.
O treino em caixa de areia diminui o componente elástico da musculatura do futebolista, ou seja, proporciona ao atleta de futebol, uma perda da velocidade de reação e das suas respostas imediatas. Para elaborarmos um treino, independente do desporto, precisamos antes de focarmos em sobrecarga, individualidade biológica, parâmetros de avaliação física, entre outros igualmente importantes, o objetivo central e primordial deve ser elaborar treinos específicos para cada modalidade. O futebolista nunca vai treinar especificamente em caixa de areia, ou realizando corridas longas. O treino de resistência deve ser realizado com treinos específicos com a bola, em campos reduzidos, treinos em velocidade, entre tantos, sempre em alta intensidade, com períodos de recuperação O treino específico para futebolistas, sempre deve ser realizado no gramado, com os atletas vestindo chuteiras e realizando os movimentos parecidos com os executados nos jogos de futebol.
O principio da especificidade deve ser aplicado em todos os períodos do ano, desde os primeiros treinos até no período preparatório geral, até os últimos treinos do período competitivo. O treinamento físico dentro do futebol brasileiro cada dia mais ganha espaço, e com isso a responsabilidade dos preparadores físicos aumenta. A aplicação de treinos específicos durante toda a temporada de treinamentos, é mais que importante, é uma obrigação dos profissionais da preparação física.
sargentim@fisiologistas.com

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Kettlebell: Estabilizar para melhorar o rendimento

Por: Thiago Passos
Como já havíamos comentado no outro artigo dessa série (“o desenvolvimento da potência com o kettlebell”), as modalidades esportivas englobam diversas capacidades motoras, como potência, velocidade, agilidade, coordenação, força, flexibilidade, etc..
Independente de como essas capacidades serão combinadas para cada modalidade, sempre haverá uma necessidade que sempre será recrutada: a capacidade de se estabilizar as articulações anteriormente à geração do movimento.
Para se consegur transferir as forças geradas contra o chão pelos calcanhares durante o movimento, todas as articulações envolvidas precisam ser mantidas numa posição neutra e estável, para que não haja uma sobrecarga inadequada que possa acarretar numa lesão indesejada.
A trajetória irregular dos movimentos do kettlebell e o seu centro de gravidade fora do centro das mãos requer uma  melhor coordenação motora e níveis de atenção e foco mais altos. A mecânica necessária para se controlar o peso requer uma ação muscular que explora alavancas pouco trabalhadas tanto na musculação tradicional quanto no levantamento olímpico.
A complexidade dos movimentos, mesmo de simples execução, faz com que os níveis de atenção e foco estejam presentes em todos os momentos, ajudando assim a desenvolver uma melhor propriocepção, tanto corporal quanto dos movimentos a serem executados.
A técnica de treinamento com kettlebells permite também a adaptação para qualquer uma das outras capacidades citadas, como poderá acompanhar na série de artigos “Kettlebell e Esporte”, publicados no site www.artedaforca.com.br, em parceria com www.treinamentoesportivo.com

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Fly Cords Training (HOME GYM)

Fly Cords Training (Home Gym) é uma nova modalidade de treino que deixar o corpo mais forte, ágil, flexível, equilibrado e turbinado e o mais importante é que dispensa o ambiente monótono da academia. Podendo ser praticado em qualquer lugar, como por exemplo, parques, praças ou no aconchegante ambiente de sua casa ou do seu trabalho.

Com exercícios de suspensão, a técnica conhecida como Fly Cords Training (Home Gym) utiliza o peso corporal e a resistência muscular como base para a realização de diversos movimentos funcionais. O diferencial da aula, exclusivo do Personal Trainer Solano Melo, em Campo Grande - MS, é que ela é realizada em uma estrutura em que o aluno, por meio de alças, fica ligado às tiras flexíveis que são presas a uma barra no teto, porta ou espaldar, possibilitando a realização de diversos movimentos com a pessoa pendurada.

O sistema utilizado é o da ancoragem que compreende movimentos básicos, com variações de agachamentos, agachamentos com remadas, peitorais, dorsais, abdominais, flexões e extensões de braço e o crucifixo invertido para os ombros.

Em vez de focar no trabalho de um determinado músculo, como os treinos de musculação, a nova modalidade promove movimentos globais. Ou seja, há um esforço intenso e simultâneo de grandes conjuntos musculares, que são acionados para controlar o nível de resistência em relação ao peso corporal e à amplitude do movimento.

Os benefícios para o corpo são os mais variados, além de queimar calorias, ele trabalha a força, a agilidade, a flexibilidade e o equilíbrio.

O objetivo do Fly Cords Training (Home Gym) é desenvolver o corpo por completo.

A nova modalidade não distingue idade, sexo, raça e credo, já que pode ser praticada por todos e é especialmente indicado para aqueles que querem deixar o corpo durinho e a postura alinhada.

A aula de Fly Cords Training (Home Gym) é própria para os alunos que querem desenvolver força, o enrijecimento muscular e o fortalecimento do Core.

Core são as musculaturas que corresponde o abdômen, músculos estabilizadores da coluna, da lombar, da pelve e do diafragma que são os responsáveis pela manutenção da boa postura.

Quem deseja perder peso, também pode apostar no Fly Cords Training (Home Gym), mas é preciso que a aula seja complementada com outros exercícios. Pois mesmo que o treino tenha um bom gasto calórico, com uma queima média de 250 a 400 calorias em 30 minutos de aula, por ser bastante intenso e dinâmico. Mas se a idéia é eliminar os quilos em excesso, ele precisa ser combinado com um trabalho aeróbico e dietas.

E não pense que é preciso realizar os exercícios todos os dias da semana para conquistar os resultados prometidos. Afirmo que apenas duas aulas por semana são suficientes para obter ganhos favoráveis a saúde com múltiplos benefícios, que vão desde a melhora postural a uma melhor qualidade de vida.

Este treino é uma ótima opção para quem tem pouco tempo disponível para treinar, já que o Personal Trainer nesse caso eu irei até você, onde você estiver, tanto em sua casa como no seu local de trabalho (escritório).

Solano Melo
Personal Trainer em Campo Grande - MS

http://solanopersonaltrainer.blogspot.com/

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O desenvolvimento da potência com kettlebells


Por: Thiago Passos
A maioria das modalidades esportivas englobam diversas capacidades motoras, tais como potência, velocidade, agilidade, coordenação, força, flexibilidade, entre outras. A especificidade de cada uma das modalidades exige que haja uma combinação que priorizem uma ou outra dessas capacidades.
Diversos estímulos (tipos de treino), quando somados, geram as adaptações específicas necessárias. A vantagem do uso do kettlebell na preparação física, é que ele consegue estimular todas essas capacidades físicas ao mesmo tempo
Nas modalidades esportivas que exijem potência (ou qualquer modalidade que envolva saltos, arremessos, chutes ou socos!) o foco do trabalho é a geração de energia dinâmica atraves da extensão do quadril.
Essa energia pode ser desenvolvida por dois dos movimentos básicos do treinamento com kettlebells que são balísticos, o swing e o snatch, pois exigem um movimento de extensão potente do quadril, otimizando a integração neuromuscular das cadeias posteriores, fundamentais para esse desenvolvimento da potência.
Uma das maneiras mais utilizadas para se treinar potência é o treinamento com saltos, que apesar de apresentar excelentes resultados, lida com um ponto que pode se tornar lesivo se não for muito bem controlado: a aterrissagem. Porém, diferentemente do treinamento com saltos, o uso do kettlebell permite que se preserve melhor as articulações do atleta, por não ter a aterrissagem no movimento, porém ainda estimulando a absorção da energia elástica e a transferindo para energia cinética. Essa troca basea-se no ciclo alongamento-encurtamento, um mecanismo que seu corpo utiliza que faz com que seus músculos atuem como elásticos (ação excêntrica seguida imediatamente por ação concêntrica explosiva), para gerar mais velocidade durante a execução dos saltos, e consequentemente um ganho maior em distância, altura, e ou consistência desses movimentos.
A técnica de treinamento com kettlebells permite também a adaptação para qualquer uma das outras capacidades citadas, como poderá acompanhar na série de artigos “Kettlebell e Esporte".

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Depoimento de um praticante

ESTÉTICA OU QUALIDADE DE VIDA?      
Por Marcelo Fontana*
Minha experiência com kettlebells começou de uma forma inusitada. Já conhecia de nome – afinal, que fã de Fedor Emelianenko não sabe que ele é um grande entusiasta do treinamento com bolas de ferro? No entanto, parecia uma realidade bem distante da minha. Até que meu amigo Fábio Soler, do www.fighttv.com.br, comentou que um atleta de Jiu Jitsu praticava e estava se dando muito bem. O lutador a quem ele se referia era Matheus Spirandeli, que considero uma grande promessa para o esporte de combate em um futuro não muito distante. De qualquer forma, acabei esquecendo o assunto até que, certo dia, entrevistei Mateus e Márcio Fontana, seu treinador – que, aliás, não tem grau de parentesco comigo. Mais tarde, comentei com os dois sobre um problema que me acometia há tempos.
Desde que parei de treinar pesado, comecei a sentir dores horríveis provenientes do nervo ciático. Quem tem ou já teve sabe bem de que falo: é uma dor lancinante. Em alguns momentos, eu chegava a não sentir a perna esquerda – o que me fez sofrer algumas quedas na rua. Tentei vários tratamentos, de fisioterapia a rolfing. Lamentavelmente, já estava me resignando com o fato de que jamais voltaria a passar um dia sequer sem dores horríveis. E aí Fontana disse que talvez pudesse me ajudar, por meio do treinamento com kettlebells. Para quem já havia tentado inúmeras alternativas e gastado quantias consideráveis para ficar bem novamente, achei que não haveria mal algum. Confesso que não coloquei muita fé, mas o que teria a perder? Assim, marcamos a primeira sessão de treinamento.
Devo dizer que não foi fácil. Alguns movimentos iam de encontro a tudo o que havia aprendido no passado. A técnica de alongamento também era diferente. Mas me senti muito bem e decidi que repetiria a dose. Surpreendentemente, após a segunda sessão – vejam bem, até ali foram apenas duas -, notei que minhas costas se fortaleceram e que não sentia mais dor. Mesmo assim, quando voltei para casa, tive a certeza de que, em pouco tempo, o sofrimento retornaria – afinal, era o que ocorria a cada vez em que eu buscava uma solução para meu inferno pessoal. Não foi o que aconteceu. Os dias que se seguiram foram incríveis para alguém que, durante cinco anos, mancou e tentou disfarçar o que sentia. Percebi, assim, que estava em um caminho sem volta.
Além desse benefício inusitado, a resistência e a flexibilidade de meu corpo aumentaram de sobremaneira por conta da prática constante com kettlebells. E não foram poucas as pessoas que disseram ter reparado, em minha postura, uma significativa mudança – para melhor, naturalmente. Também me sinto bem mais forte. Não se trata de vaidade, longe disso; na realidade, descobri uma forma muito eficaz para obter ótimo condicionamento físico. É claro que o aprendizado demanda tempo para que os movimentos sejam executados de forma minimamente aceitável. E aqui cabe uma reflexão: penso que, atualmente, há uma grande preocupação estética quando as pessoas decidem procurar alguma atividade física, em detrimento de fatores essenciais como saúde e bem-estar. Talvez aí esteja o principal empecilho para a disseminação desse tipo de treinamento.
Porém, para quem tem um foco diferenciado e deseja, antes de qualquer coisa, estabelecer um elevado padrão de qualidade de vida, não há algo melhor do que o sistema que estou aprendendo, com muita satisfação, por meio das orientações seguras do competente treinador Márcio Fontana. Recomendo a todos, independente de idade ou sexo.   
*Marcelo Fontana é jornalista e apresenta o programa Último Round na allTV

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

TREINAMENTO DE ESTABILIDADE DO CORE

Nos últimos anos, os profissionais de fitness têm cada vez mais recomendado o treinamento do CORE em programas voltados ao condicionamento e esportes. O CORE é um conjunto de músculos que se inserem na região do centro do corpo, entre a região da lombar, os músculos do abdômen e o quadril. Maior estabilidade do CORE pode beneficiar o desempenho esportivo, fornecendo uma base para a produção de maior força nas extremidades superiores e inferiores.
Os exercícios resistidos tradicionais têm sido modificados para enfatizar a estabilidade do CORE. Tais modificações incluíram a execução de exercícios em superfícies instáveis e não estável, realizando exercícios em pé e não sentados, realizando exercícios com pesos livres e não máquinas, e realização de exercícios de forma unilateral e não bilateral.
A prescrição de exercícios de estabilidade do CORE deve variar de acordo com a fase de treinamento e o estado de saúde do atleta. Deve-se iniciar com exercícios envolvendo ações musculares isométricas, pequenas cargas e com tempo de tensão longa, para aumentar a resistência do CORE.
Exercícios com pesos livres devem ser realizados em pé, e até sobre uma superfície instável para o aumento da força e potência do CORE, desta forma tornam-se específicos para requisitar estabilidade, devido aos níveis moderados de instabilidade e os altos níveis de produção de força. Além disso, exercícios pliométricos, são recomendados para melhorar a capacidade proprioceptiva e reativa, que podem reduzir o risco de lesões dos membros inferiores.
www.linkesportivo.com.br

Liberação Miofascial

A Fáscia é um tecido conjuntivo extremamente resistente que se espalha através do corpo, da cabeça aos pés sem interrupção. Desde as células e as artérias, aos músculos, ossos, órgãos, etc., tudo está envolvido pela fáscia.
A Libertação Miofascial é uma técnica especializada de alongamento usada para liberar tensão e realinhar o corpo. A palavra miofascial é derivada da palavra latina “myo”, que significa músculo e “fascia” tecido.
Má postura, inflamação ou um trauma, seja ele físico ou emocional, podem ocasionar um enfraquecimento da fáscia, resultando em uma pressão excessiva sobre os nervos, músculos, vasos sangüíneos, estruturas ósseas e/ou órgãos. Possivelmente uma porcentagem grande de pessoas que sofrem com dor ou restrição de movimentos em alguns membros, possam estar tendo problemas de fáscia, porém, na sua maioria não são diagnosticados dessa forma.

1. Como os tecidos se tornam tensos.

Postura ruim, lesões físicas e várias doenças podem desalinhar o corpo e causar uma complexa teia de fascias do corpo a tornarem-se restringidas. Quando fibras musculares estão lesionadas, a fascia que cerca os músculos torna-se curta e tensa. Esta quantidade desigual de pressão sobre a fascia pode se vincular aos tecidos subjacentes que causam aderência e cicatrizes. Ao longo do tempo, estas aderências podem limitar a variedade de movimento dentro de uma articulação e causar dor e dormência através do corpo.

2. Como liberar a compressão dos tecidos.

A soltura utilizada na liberação miofascial somada a exercícios pode fragmentar a cicatriz por suavizar, expandir e realinhar a fascia. Liberar as contraturas do tecido restaurará, por fim, o equilíbrio do corpo aliviando a dor e melhorando a circulação sanguínea.

Lula Nascimento
www.lulanascimento.com.br

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Participação do ADF no programa Último Round da All TV

Programa com participação dos treinadores ADF Marcio Fontana, Thiago Passos e Silas Rodrigues.
Um programa inteiro falando sobre o Kettelbell Training e como ele auxilia tanto na preparação física de esportes de auto rendimento como para o cidadão comum.
Confiram.

ADF-Programa Último Round from Marcio Fontana on Vimeo.

sábado, 31 de julho de 2010

Preparação física, Matheus Spirandeli

Nesse vídeo contem um pouco do trabalho que eu estou desenvolvendo com o atleta de Jiu-Jitsu Matheus Spirandeli.
Estamos ainda no período base da sua preparação física, onde o principal objetivo é de corrigir alguns desequilíbrios musculares e melhorar sua capacidade de estabilização e resistência de força. Eu escolhi o Kettebell como ferramenta de trabalho, pois sua característica vai de encontro as necessidades dos esportes de combate.
Espero que gostem desse vídeo

Treinador: Marcio Fontana
Twitter:@Marcio_Fontana

terça-feira, 27 de julho de 2010

terça-feira, 8 de junho de 2010

TREINAMENTO INTERMITENTE NO FUTEBOL

Há uma grande discussão a respeito da classificação sobre as características de diversos exercícios/modalidades.

A classificação fisiológica mais conhecida que determina a característica do esforço de acordo com o tempo de duração é importante, porém não totalmente aplicável a modalidades acíclicas como o caso do futebol. Se levarmos em consideração esta classificação, diríamos que o futebol é uma modalidade aeróbia pura, pois sua duração é de 90 minutos, com 2 tempos de 45 minutos, o que nos remeteria a pensarmos de metabolismo de ácidos graxos e baixa intensidade.

Basta olharmos dados recentes desta modalidade ou mesmo assistirmos uma partida para perceber que as velocidades e intensidades dos esforços são altos. A distância média percorrida é de 10,8km, porém é possível ver frequentemente em partidas da Champions League, Premier League em que a televisão divulga distâncias percorridas de 12km.

APROXIMANDAMENTE 88% AERÓBIO E 12% ANAERÓBIO DE ALTA INTENSIDADE (Sherpard & Leatt, 1987; Reilly 1996). Estes dados são de mais de 10 anos, e a evolução da preparação física mudar essa relação. Gradativamente ao longo dos anos vemos a quantidade de “sprints” aumentarem, mudando portanto essa relação.

Outro parâmetro fisiológico que nos chama a atenção e nos mostra que futebol, assim como outras modalidade acíclicas não pode ser considerada uma modalidade aeróbia pura é o lactato. Ao termino de uma partida é encontrado concentrações entre 12 a 17 mMols/L.

Com esses dados fica aquela pergunta, mas se o futebol tem mais de 80% de componente aeróbio, por que não podemos considerar como uma modalidade aeróbia? A resposta é mais simples do que imaginamos. Porque é uma modalidade de resistência intermitente, em outras palavras, os sistemas energéticos estão em constante alternância. Poderíamos definir também em outras palavras como uma modalidade de resistência de força rápida ou seja, suportar cada vez mais e recuperar cada vez mais rápido a quantidade de “sprints”, saltos, cabeceios, chutes realizados durante uma partida.

Essa alternância de vias energéticas faz como que ao decorrer da partida haja cada vez menos uma capacidade de remoção do lactato produzido pelos movimentos de alta intensidade.

De acordo com a explicação supracitada, quando olhamos para um sistema aeróbio ou um treinamento de resistência, esta visão deve ser direcionada a potência aeróbia, pois quanto mais rápido conseguirmos remover o lactato ou em outras palavras voltar ao sistema aeróbio, mais poderemos suportar a esforços de alta intensidades que são os movimentos determinantes para o resultado de uma partida.

Entendendo agora a parte metabólica e como direcionar o treinamento desta modalidade, podemos analisar os conteúdo do treinamento. Na minha opinião, e já li no livro do Mourinho que é uma das maneiras que se pode determinar o grau de exigência, é a quantidade de mudança de direção e a velocidade raciocínio e tomada de decisão. Por estes motivos também é que um jogador apesar de ter um VO2máx próximo a de maratonistas ( 55 a 70 mL/kg) possui adaptações diferentes e não vejo sentindo em treinar correndo apenas em volta do campo.

A densidade de uma partida é de: DESCANSO-BAIXA INTENSIDADE-ALTA INTESIDADE = 3:16:1 (Barros, 2004). Apesar de apresentar uma densidade baixa, uma das melhores maneiras de se preparar um atleta de futebol, do ponto de vista metabólico é modificar e trabalhar com um aumento gradativo dessa densidade. Alguns autores como ARGEMI, sugerem densidade de 1:2 (esforço:descanso), 1: ½ e 1:1, sempre em intervalos de 6 segundos a 30 segundos de execução, pois vale lembrar que resistência intermitente nada mais é do que resistência de força ou movimentos rápidos. Há um outro autor, TABATA que mostrou em seu estudo uma relação de 1: ½ com 20 segundos de esforço por 10 segundos de descanso e uma melhora de 14% no pico de VO2máx e 28% da capacidade anaeróbia.

Como citado a pouco, essas quantidades de aceleração e desaceleração, mudanças de direção, tanto exigidas durante uma partida como na maneira de se treinar exige estar muscularmente equilibrado, exigindo de cada músculo o máximo que se pode solicitar e da maneira mais correta, aumentando assim o desempenho e na economia de energia. Músculos pouco ativados ou desequilíbrios de força entre musculaturas fazem com que duas coisas aconteçam:

1- Risco de lesão

2- Sobrecarga em outras musculaturas, perdendo rendimento, aumentando fadiga e aumentando o item anterior.

Este trabalho de treinamento funcional dentro do futebol será tema para um próximo artigo.

Por: Renato Hiroshi Tenguan
Twitter: @rtenguan

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Treinamento funcional ou treinamento específico?

A cerca de aproximadamente um ano que me especializo em treinamento funcional. Durante esse tempo muitas respostas e dúvidas foram surgindo. De repente, na mídia, houve um grande “BOOM” sobre esse tipo de treinamento. Muitas coisas foram publicadas sobre essa promessa de ser um novo fitness.

Lendo muitos desses artigos e observando o que vinha sendo feito em academias a respeito desse “treinamento funcional” me deparei com uma dualidade. O que estava sendo proposto era treinamento funcional? Ou uma das mais antigas regras da preparação física desportiva, o treinamento específico?

Na maioria dos lugares em que eu vi ou li a respeito de treinamento funcional, ele era relacionado a exercícios que melhoram a relação com as atividades cotidianas. Certo. A meu ver tudo que você treina visando uma melhora técnica específica para uma determinada atividade é treinamento específico. Por exemplo, um atleta de corrida de 100 m treina para melhorar suas valências físicas mais importantes para sua atividade. Porém, a maioria dos veículos trata esse tipo de treinamento, o com objetivo de melhorar a relação da pessoa e seu corpo no dia a dia, como treinamento funcional.

“O treinamento funcional é o treinamento das funções articulares e musculares para tornar o corpo humano uma máquina de locomoção mais eficiente, com foco na melhora do desempenho dos movimentos, integrando os sistemas nervosos, musculares e esquelético”.
Esse conceito nos faz enxergar o funcional não como um treinamento específico, e sim, nos diz que este treinamento olha diretamente para cada articulação analisando sua função, a fim de ver se estas estão realizando a função nata adequadamente e, a partir disso, promover uma estratégia corretiva para livrá-la de limitações e ou compensações.

Isso para mim seria treinamento funcional. Trabalhar a função da articulação para readquirir um padrão motor adequado para um dado movimento, o resto é treinamento específico.

Treinador: Marcio Fontana
Twitter:@Marcio_Fontana

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Rope Training.


Já pensou em usar uma corda de amarrar navio ao porto para se exercitar? Isso mesmo, o Rope Training consiste em utilizar uma corda naval para fazer exercícios físicos. Criado inicialmente pelo Americano John Brookfield criador do Battling Ropes, essa nova modalidade baseia-se nos movimentos ondulatórios da corda para criar uma desafiadora forma de condicionamento físico. As cordas costumam ter entre 9 a 15 metros de comprimento, e 1,5 a 2 polegadas de diâmetro com seu peso variando entre 9 a 30kg. Com elas podemos fazer tanto trabalho de força, resistência de força e de potência muscular. Segundo seu criador, esse sistema único de treinamento é diferente dos demais métodos por causa da intensidade. A velocidade e as “ondas” na corda devem ser mantidas o tempo todo, proporcionando assim um treinamento de altíssima intensidade e gastos calóricos elevados.

O Rope Training tem sido utilizado na preparação física de atletas de esportes como NFL, MMA, jiu jitsu e para o uso em academias. Um bom exemplo disso é a Punch Kettelbell Gym, do Anthony Diluglio, um grande incentivador e criador do Ropes gone wild.

Segundo uma matéria publicada no site Globo.com, algumas celebridades de Hollywood já aderiram ao treinamento com cordas, a atriz Scarllett Johansson e seu marido Ryan Reynolds usam as cordas em suas rotinas de treino junto com kettlebell e treinamento suspenso, como conta seu Preparador Físico, o brasileiro Thiago Passos.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Preparação Física de Atletas de MMA, erros mais comuns.


Uma grande questão levantada pelos treinadores de artes marciais é como melhorar a performance de seus atletas e diminuir seus índices de lesões. Analisando algumas propostas de treinamento, podemos identificar alguns erros comuns.

Segundo o PES(Performance Enhamcement Specialist) Dewey Nielsen, muitos atletas de MMA estão treinando como se fossem fazer uma maratona. Há uma carga exagerada de treinos cárdio de longa duração e baixa intensidade. O MMA é um esporte de predominância de sistema anaeróbio lático e alático, com repetidas investidas em potência, sendo necessário um estímulo de “resistência de força rápida”.

Nosso corpo se adapta aos estímulos oferecidos a ele, portanto, se você treinar devagar, seu corpo ficará lento. A meta de treinamento para essa modalidade seria treinar em alta intensidade e progressivamente diminuir o tempo de recuperação em relação ao tempo de trabalho (ex.:Tabata). O trabalho que é feito de endurance tradicional, como corrida, não faz nenhum sentido para lutadores, mesmo em situação de perda de peso. Os treinos intervalados ainda são os mais indicados, sendo que o ponto mais importante nessa fase seria a nutrição.

Nielsen frisa também a desvalorização das estratégias corretivas. A maioria dos lutadores apresenta uma postura predominantemente cifótica e algumas limitações, principalmente na região torácica e glenohumeral. Outros fatores limitantes em atletas estão relacionados a mobilidade de tornozelo limitada, estabilizadores de quadril fracos, pouca estabilidade rotacional, pouca estabilidade de escápulas e baixa mobilidade de ombros.

Também o fato de os atletas serem relativamente fracos em relação ao peso do corpo, passa a ser um grande problema, assim como ser fracos unilateralmente. Muito do trabalho de força que é realizado, ainda tem como base o Fisiculturismo, enquanto deveriam desenvolver um trabalho voltado para a potência muscular, como o Kettlebell, LPO, SALTOS, Medicine ball, acompanhado a um trabalho de força elástica (Pliometria).

A diferença de treinamentos em membros inferiores e superiores deveria ser minimizada, existe um excesso de exercícios de empurrar, para membros superiores e dominantes de joelhos, para membros inferiores. A falta de exercícios de puxar e de dominância de quadril são, provavelmente a causa de muitos desequilíbrios musculares e lesões. É necessário que haja um equilíbrio entre os membros superiores e inferiores.

Obs: .Dewey Nielsen is a Performance Enhancement Specialist and Certified Personal Trainer from the National Academy of Sports Medicine, coach of Impact Jiu-jitsu.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Treinamento funcional na prevenção de LER e DORT

O Conjunto de doenças como tenossinovite, tendinites, bursites entre outras, causadas por esforços repetitivos, leva o nome de LER ou DORT. Essas podem ser causadas por má postura, stress, excesso de trabalho ou repetição contínua de um mesmo movimento por um grande período de tempo.


A maioria das empresas vem se preocupando muito com a saúde de seus funcionários adotando medidas preventivas paras esses problemas. A ginastica laboral e a cinesioterapia laboral estão cada vez mais presentes no dia-a-dia dos funcionários. Mas será que só isso pode ajudar uma empresa a reduzir gastos com a saúde dos funcionários?
Uma nova ferramenta que está presente no mercado é o Treinamento Funcional Laboral. Todo treinamento funcional visa compreender a função articular e muscular, integrando os sistemas nervosos, musculares e ósseos para a reaquisição do equilíbrio entre elas. Não basta apenas alongar ou simplesmente aquecer uma musculatura antes de se iniciar o trabalho, é importante entender os mecanismos que causam essas lesões e tratá-los na raiz. Por exemplo, um funcionário que trabalha horas sentado em frente a um computador provavelmente apresentará um padrão de encurtamento de flexores de quadril e um enfraquecimento da cadeia cinética posterior, alterando as funções articulares do quadril e ombro, propiciando o surgimento de lombalgias e bursites. Outro grande diferencial do treinamento funcional laboral é quem além de prevenir possíveis padrões posturais lesivos, através do reequilíbrio muscular, ele também cuida da saúde geral do funcionário, promovendo uma atividade física que envolve trabalho de força e de consumo calórico; ajuda a combater a obesidade e problemas relacionado ao sedentarismo e reduz gastos com afastamentos por motivos de saúde.



Se a sua empresa está procurando por um programa de atividade que cerque seus funcionários de saúde, o Treinamento Funcional Laboral é a solução.

Em São Paulo a MR Fitness at Home presta todo o serviço de assessoria para implantação deste projeto.

Treinador: Marcio Fontana.
Twitter:@Marcio_Fontana.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Kettlebell Training para atletas de Jiu-Jitsu e Judô

Estudando sobre o treinamento dos grandes atletas de artes marciais, veremos que é muito comum a utilização do Kettlebell como ferramenta na preparação física. Essa escolha se dá por alguns motivos.




O Kettlebell é um excelente equipamento para se treinar potência, força, resistência e flexibilidade. Em todas as modalidades de luta, o conceito de tensão e relaxamento, tão necessárias nas artes marciais, é parte principal da maioria dos movimentos com o kettlebell. Ensinar o corpo a capacidade de gerar força rápida a partir dos quadris é de fundamental importância, seja para uma passagem de guarda ou uma projeção do seu adversário ao solo. Essa capacidade permite que o golpe seja mais rápido e potente, melhorando assim sua eficiência e poder. Aprender a absorver o movimento de ataque do adversário fazem com que esse treinamento seja indispensável para os lutadores de todas as artes marciais.



Outro benefício do treinamento com Kettlebell é poder trabalhar todas as musculaturas de forma integrada, propiciando uma melhora na consciência corporal, permitindo que o atleta se movimente com mais eficiência e agilidade. O Kettlebell também é procurado pela sua capacidade de estabilização das articulações. Esse fator é muito importante para a prevenção de lesões. O excesso de lesões em consequência da falta de flexibilidade e postura inadequada pode ser facilmente corrigido com o treinamento com kettlebells.



As rotinas de treinamento com Kettlebell podem ser planejadas de acordo com as necessidades de cada atleta, simulando o estresse físico que eles possam vir a encontrar em uma luta. As séries podem ser feitas em rounds, contra um determinado tempo. Como o treinamento com Kettlebell desenvolve muito a potencia muscular, existe um grande ganho de força devido a solicitação neural deste tipo de treinamento, com a vantagem de ter pouco impacto sobre o peso corporal, assim possibilitando que um atleta seja mais forte sem que ganhe peso, o que permite que ele continue a lutar na mesma categoria.



Muitos dos movimentos realizados com o Kettlebell têm uma grande transferência para determinados golpes. O Swing, por exemplo, pode ser aplicado em movimentos como o SPRAWL e o UPA. O High Pull, quando treinado com dois Kettlebell melhora a performance de movimentos como o “KUZUSHI”. Já o Jerck auxilia na elevação para recuperação de guarda. Os movimentos como o Windmill são perfeitos para desenvolver a confiança e controle em todas as técnicas de arremesso de quadril, como o KOSHI-WAZA. Side Press é uma ótima maneira de se aprender a empurrar-se de algo em alguns arremessos, como no “TSURIKOMI GOSHI”. O Turkish Get Up pode ser usado para melhorar o controle e a força na luta de solo e em movimentos como a “RASPAGEM”.